segunda-feira, 18 de abril de 2011


Título original: (Scream 4)

Lançamento: 2011 (EUA)

Direção: Wes Craven

Atores: Courteney Cox, Neve Campbell, David Arquette, Hayden Panettiere.

Duração: 111 min

Gênero: Terror


*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM***** Em 1996, Wes Craven dirigiria um filme que supostamente revolucionaria o gênero terror e a carreira de seu realizador, estreava “Scream-Panico” filme que brinca com os clichês dos filmes de horror, em especial os slashers movies como Haloween de John Carpenter, a franquia Friday 13th- Sexta-feira 13 e Nightmare on Elm Street- Hora do Pesadelo do próprio Craven. O filme em si não assustava ninguém com mais de duas décadas de vida – assim como a maioria dos filmes das franquias acima citadas – mas funcionava muito bem como discurso metalingüístico do gênero, e isso o tornava especial, além é claro de um elenco que se não tinha tanto talento era composto por figuras extremamente carismáticas, como David Arquette, Courtney Cox, Rose McGowan, Drew Barrymore e é claro Neve Campbell. Houveram outras duas continuações em 1997 e em 2000, explorando dessa vez os clichês das continuações e mergulhando ainda mais na metalinguagem transformando o drama de Sidney Prescott (protagonista) em filmes e em franquia – Stab (no Brasil, punhalada). Como quase todas continuações não obtiveram o êxito do original, mas a piada estava aí mesmo. Pois em 2011, Wes Caven resolve voltar a sua galinha dos ovos de ouro, e brinca com os filmes de terror atuais, pegando a raspa de 2001 até aqui, uma nova década e novas regras...


Em principio ele acerta, as piadas ácidas em relação às novas franquias de filmes de terror estão lá assim como em PÂNICO 1, com relação às continuações de A HORA DO PESADELO, as referencias também cabem nos personagens e até mesmo o banho de sangue tão em voga nesses novos filmes está lá. Tudo no mesmíssimo lugar, falsos finais de filme, todos são suspeitos até que caiam mortos, os personagens originais agindo como sempre, tudo está lá no mesmo lugar. Como ponto positivo há a evolução dos 3 sobreviventes da trilogia, Sidney Prescott (Neve Campbell) estava linda como a muito não se via, mas do que em PANICO 2 e 3, e até suas expressões faciais eram iguais ao filme original, sua personagem se tornou escritora e superou seus traumas até a nova chacina. Gale e Dewey (Courtney Cox e David Arquette) também evoluíram, ela deixou de ser repórter e tenta ser escritora – embora não houvesse muito material – e ele tornou-se xerife. Como não poderia ser diferente, a brincadeira maior é em relação às refilmagens de clássicos dos anos 70 e 80, que faz muito bem, mas no final das contas faltou um pouco mais de inovação. Como sátira é ótimo, e supera totalmente qualquer franquia de comédia dos últimos anos, o filme não se leva a sério, mas não descamba pára o irreal, mas PANICO 4 parecia ser algo mais inovador, diferente do usual, e não tem como ser apontado como um novo revitalizador do gênero. Funciona só como diversão, apesar de superar as continuações anteriores.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #10 - QUE MAIS POSSO QUERER


Que Mais Posso Querer

Título original: (Cosa Voglio di Più)

Lançamento: 2010 (Itália, Suíça)

Direção: Silvio Soldini Atores: Alba Rohrwacher, Pierfrancesco Favino, Giuseppe Battiston, Teresa Saponangelo.

Duração: 126 min

Gênero: Drama


*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM*****

Em nada diferente do que já antes fora apresentado, sem muitos clichês e ainda assim sem acrescentar quase nada. A historia de “Que Mais Posso Querer” começa com um casal sendo protagonista, mostra sua rotina, seus amigos e a relação dos cônjuges com seus amigos, até que um terceiro elemento aparece e aí sim aparece o real protagonista da trama, a infidelidade e as formas de encará-la. Ana e Domenico encontram-se algumas poucas horas por semana, e o que antes era somente uma relação carnal agora se tornou algo muito mais com muito mais substancia e sentimento, ambos são casados – Domenico inclusive tem dois filhos – e as reações de seus cônjuges são completamente inversas, enquanto o marido de Ana é completamente passivo, e aceita sem questionar a relação da esposa com o amante, inclusive concordando que ela viaje com seu outro “parceiro”, na família de Domenico instaura-se uma crise de ciúmes da esposa e financeira também. Fora isto, a demonstração dos tipos de reações diferentes entre os “indivíduos lesados”, a história é insossa e sem muitos atrativos além da beleza dos atores. Não há questionamento, conflito verossímil ou uma demonstração de que o que acontecia na tela podia ocorrer na realidade, é parecido com muitas das histórias românticas com final triste atuais.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #9 - CONTRACORRENTE


Título original: (Contracorriente)

Lançamento: 2009 (Colômbia, França, Alemanha, Peru)

Direção: Javier Fuentes-León

Atores: Cristian Mercado, Tatiana Astengo, Manolo Cardona, José Chacaltana.

Duração: 100 min

Gênero: Drama


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Sexta-feira passada estreava - ao menos no Brasil o filme “Contracorrente”. Ao ler a sinopse interessei-me, mas não refleti muito sobre ele, apenas o queria ver. Quando me sentei na cadeira de cinema nem lembrava da temática do filme, foi quase uma surpresa. Desta vez prefiro fazer uma abordagem diferente, não darei spoilers, nem contarei nada que não seja óbvio para quem não viu o filme. Os temas que são bem claros que na trama envolvem homossexualismo, conflitos familiares, responsabilidade com os herdeiros, entretanto todos esses percalços são coadjuvantes para a mentira – este sim o carro chefe do filme. Um dos protagonistas demonstra-se preconceituoso e culpado por se envolver em um relacionamento não convencional, e descobre apesar de todos os “poréns” de sua vida algo que sempre condenava ser – isso é um tapa na cara, tanto na de Miguel, personagem principal, quanto na do espectador, o homem comum. Poderia ser um filme de amor, de liberdade sexual, de redenção, mas o seu final, o começo e o meio valorizam o autoconhecimento e a não falsidade consigo mesmo. Miguel tem conflitos que qualquer ser humano mortal teria, não é rico ou abastado, é religioso, tem uma família recém-construída e com um novo membro vindo, e ainda sim tem que descobrir quais são seus reais desejos e vontades, e nisso o diretor Javier Fuentes-León acertou em cheio. Contracorrente não é um filme de amor qualquer, nem uma apologia a um estilo de vida, e sim uma forma sutil de escancarar o quanto o homem comum mente para si mesmo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #8 - O DISCURSO DO REI


Título original: (The King's Speech)

Lançamento: 2010 (Inglaterra)

Direção: Tom Hooper

Atores: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon.

Duração: 118 min

Gênero: Drama


*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM*****
Filmes indicados ao Oscar normalmente são supervalorizados e estimados alem da sua capacidade. “O discurso do rei” passa bem perto dessa máxima. Sua historia é muito bem realizada, dirigida e as atuações são muito bem executadas. O “tema” é algo muito pouco explorada no cinema em geral, e só por isso já vale a oportunidade de vê-lo, lembro de poucos filmes que tratam dos problemas reais de alguém “normal” que tem de superá-los de maneira sobre-humana por ter de desempenhar um papel quase imortal – neste caso a realeza. Os problemas do homem comum podem ser os mesmo do nobre, a figura do personagem de Geoffrey Rush como mentor é impecável e de certa forma até ofusca o vencedor do Oscar Colin Firth. Talvez se realizado em outra época, eu teria me surpreendido com “O discurso do Rei”, mas em comparação com seus rivais no Oscar, como “Black Swan”, acaba perdendo em profundidade e diversos outros quesitos.

Isso não é costumeiro, mas o primeiro parágrafo foi escrito no dia 31 de março, e os próximos no primeiro dia de abril.

Em determinado momento, o agora rei da Inglaterra assiste a um discurso de Hitler - pouco antes dele (o rei) proclamar guerra a Alemanha - e assume que o austríaco era bom de retórica. Esse paralelo é o mais interessante do filme, pois "Herr Hitler" seria apenas um artista frustrado - como o mentor do protagonista - que atingiu um patamar altíssimo graças inclusive - entre outros fatores - o seu dom com a palavra, já o antes herdeiro do real e ainda resignado coroado tinha que conviver com o seu defeito, a gagueira que poderia ser interpretada como sinal de fraqueza pelos que o cercavam, de fato foi encarado assim. O seu "sangue azul" não o poupou desta desgraça e ainda assim por ser rei, tinha que levar o império à frente, este ponto destaca a história do costumeiro e por isso vale ser visto, apesar de que o enfoque poderia ser bem mais forte.

Com este parágrafo acima, eu entrei em total contradição com a primeira impressão que tive do filme. Erro meu, precipitação, e o fantástico do cinema é justamente isso, ser a forma artística em que mais facilmente se distingue a evolução do público em relação à interpretação da mensagem. "O discurso do rei" é único, bem feito e realizado com muito capricho e esmero, e não como negar seus méritos.

PS.: O filme tem sim profundidade, ao contrario do que este ignóbil que vos fala afirmou no começo.

PS2.: Desculpas pedidas por esse erro de julgamento, afirma que ainda considero "Cisne Negro" superior em trama e direção, o que em nada denigre este "Discurso do Rei".

quarta-feira, 30 de março de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #7 - O VENCEDOR


título original: (The Fighter)

lançamento: 2010 (EUA)

direção:David O. Russell

atores:Mark Wahlberg, Christian Bale , Amy Adams, Melissa Leo.

duração: 114 min

gênero: Drama


*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM*****

Com atuações muito convincentes e uma história muito bem narrada, “O vencedor” foi para mim uma grata surpresa. Por mais que contasse com Mark Wahlberg como protagonista – considerando os últimos erros dele no cinema – este não comprometeu, não foi tão bem por exemplo como em “Os Infiltrados” de Scorsese, mas desempenhou bem o papel do pugilista Mick. Além disso, estava muitíssimo bem acompanhado com os 3 indicados (e 2 ganhadores) ao Oscar de ator/atriz coadjuvantes Christian Bale, Melissa Leo e Amy Adams. Todos foram bem desempenhados, mas nada se compara ao ex-boxer viciado em crack interpretado por Bale, tanto nas horas de “porraloquice” em que está chapado, ou fugindo pela janela para que sua mão não o veja, ou travando uma luta de rua com inúmeros policiais, depois de uma longa perseguição é claro... Ele põe o filme no bolso, e tem total liberdade para fazer um cara “destruído”, coisa que não poderia fazer com o Batman.

Mick, o personagem principal além de sua carreira tem que lidar com o vicio em crack do irmão/treinador que nunca aparece por estar chapado, tem que conviver em paz com uma namorada que cobra muito dele, com uma família gigantesca que cobra mais ainda, com as comparações ao irmão e sua antiga carreira, crescimento e reconhecimento que nunca teve... E isso foi muito bem explorado e contado por David Russell. Não tem muito a ver com os filmes do Sly como “Rocky” – a não ser na luta final que Mick abre a guarda e quase “chama” o adversário como cansou de fazer Balboa – tem muito mais de “Touro Indomável” apesar da temática ser bem diferente, enquanto a película de Scorsese fala sobre a decadência de um lutador, o filme de Russell trata de uma historia com inúmeras superações, ponto parecido com os filmes de Stallone, só que dessa vez, bem mais real. vale muito a pena ser visto.

segunda-feira, 28 de março de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #6- SUCKER PUNCHER : MUNDO SURREAL



título original: (Sucker Punch)


lançamento: 2011 (EUA)


direção:Zack Snyder


atores:Emily Browning, Vanessa Hudgens, Jena Malone, Carla Gugino.


duração: 110 min


gênero: Ação




*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM*****
Zack Snyder é um diretor que teve uma exposição muito grande e cedo demais, apesar de ser pequena sua filmografia, já conta com grandes sucessos de público ao menos. Bem ou mal, “Madrugada dos mortos” não foi um remake mal feito, apesar de igual ao original ter só uma parte do argumento e o nome, “300” foi muito bem executado, uma historia simples de Frank Miller foi transformada num épico. Snyder não acertou a mão em “Watchmen”, por não ter feito quase nenhuma adaptação e o que foi modificado não caiu bem. Sobre “A lenda dos guardiões”, não assisti por isso não posso opinar, mas este novo, “Sucker Punch” não mostra muito a que vem, tem partes excitantes como algumas – bem poucas – cenas de luta e semi-performances das “meninas”. Para um filme que apela a todo o momento para trajes curtos em mocinhas com cara de ninfetas, pouco seduz, pois não há nenhuma cena de fato arrebatadora com nenhuma das muitas meninas bonitas do filme. A primeira cena de luta/RPG que Emily Brown é totalmente nonsense e absurda, uma menininha de pouco mais de um metro e meio, passa por dois robôs samurais gigantes, sendo que um deles carregava uma metralhadora maior que ela, e mata o adversário com um tiro de pistola na cabeça, após uma manobra no ar... Pelo amor de Deus. As suas aventuras mentais poderiam ter sido mais elaboradas e feitas com um sentido mais amplo, as ambigüidades nos sonhos são muito fracas e não deve gerar no espectador uma curiosidade tão grande, aliam-se a isso mortes banais de personagens que hora são importantes e em instantes são descartáveis, fazem a historia se adequar mais a um videoclipe do que uma película americana. O conteúdo dos sonhos, no que concerne as “batalhas de RPG” até tentam alcançar a que assiste apelando para lutas contra robôs, dragões, orcs, todas portando roupas minúsculas, mas sem nudez – o que sinceramente eu não entendi. Os cenários foram muito bem feitos, o que dá um certo alento para o novo filme do Superman, talvez dessa vez será visto uma Krypton bem feita. Mas voltando a pauta, “Sucker Punch” só se salva por causa da porralouquice, no mais não convence.

PS.: é impressionante como Carla Gugino sendo extremamente atraente, é pouco utilizada nisso por Zack Snyder, que sempre a põe num papel de polonesa.


APENDICE: Ao escrever a resenha, consegui esquecer de dizer as maiores impressões que eu tive sobre o filme. A primeira foi o excesso de cenas com slow motion, entrava qualquer personagem no recinto e havia uma lentidão absurda. Segundo que as personagens que "trabalhavam" no bordel dos anos 50 eram demasiadamente pudicas, achavam que seduziu um cliente "lambendo" o pescoço era muito absurdo...

quinta-feira, 24 de março de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #5 - O SEQUESTRO DE UM HERÓI


título original: (Rapt)

lançamento: 2009 (Bélgica, França)

direção:Lucas Belvaux

atores:Yvan Attal, Anne Consigny, André Marcon, Françoise Fabian.

duração: 125 min

gênero: Drama

***** ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM *****

Para que um filme dê certo, é necessária uma enorme série de fatores. Direção, fotografia, trilha sonora, elenco, divulgação... Quando esses quesitos estão sintonizados, transforma a obra em algo único, quando múltiplas dessas características funcionam, a película é boa, só no filão de filmes de ação, há um sem número exemplos em que o diferencial não é direção ou atuação, mas sim o carisma do elenco. Neste “Rapt”, o “não-êxito” é justamente na divulgação, fator tão forte em filmes Stallonescos e Vandammescos. Erro esse possivelmente deve ter sido exclusivo do Brasil, pois infelizmente o cinema francês não é tão divulgado quanto o norte-americano (é até desigual a comparação).

“O sequestro de um herói” acerta demais, não apela para erros tão corriqueiros, é novo mesmo num tema tão abordado já, te atuações pontuais, personagens verossímeis e principalmente humanos. O título que o filme recebeu aqui talvez engane, pois o protagonista é tão falho quanto todos os outros. O seqüestrado é um bon vivant, gastador absurdo, jogador viciado e altamente “depravado” sexualmente, não teria nada para ser apontado como exemplo, é deprimido e mesmo ao ser libertado continua se sentindo cativo, seja pelos que o cercam, ou pela chantagem que os seus seqüestradores e algozes impõem ao mesmo.

Se não há uma grande trama/história/aventura por trás do seqüestro – pois o motivo foi monetário – o filme compensava com uma realidade absurda, com pessoas reais numa situação que poderia sim acontecer, e não é pretensioso em momento nenhum, ao contrário de outro filme de 2010, um ano depois de “Rapt”, chamado a “A origem”, que pretensamente era uma história mais densa, de ficção científica mesmo, ma se perde tentando realizar um filme assalto, onde não obtém êxito em momento algum. “Rapt” é simples e visceral, porque quer ser assim, e por isso tem um êxito tão grande, pena não ter uma campanha de marketing tão presente como de “Inception” no Brasil, ser lançado somente agora, sendo que foi exibido em 2009 é de uma infelicidade muito grande, pois é muito superior a maioria de seus "equivalentes” atuais e de dois anos atrás.