quinta-feira, 31 de março de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #8 - O DISCURSO DO REI


Título original: (The King's Speech)

Lançamento: 2010 (Inglaterra)

Direção: Tom Hooper

Atores: Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon.

Duração: 118 min

Gênero: Drama


*****ATENÇÃO, CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM*****
Filmes indicados ao Oscar normalmente são supervalorizados e estimados alem da sua capacidade. “O discurso do rei” passa bem perto dessa máxima. Sua historia é muito bem realizada, dirigida e as atuações são muito bem executadas. O “tema” é algo muito pouco explorada no cinema em geral, e só por isso já vale a oportunidade de vê-lo, lembro de poucos filmes que tratam dos problemas reais de alguém “normal” que tem de superá-los de maneira sobre-humana por ter de desempenhar um papel quase imortal – neste caso a realeza. Os problemas do homem comum podem ser os mesmo do nobre, a figura do personagem de Geoffrey Rush como mentor é impecável e de certa forma até ofusca o vencedor do Oscar Colin Firth. Talvez se realizado em outra época, eu teria me surpreendido com “O discurso do Rei”, mas em comparação com seus rivais no Oscar, como “Black Swan”, acaba perdendo em profundidade e diversos outros quesitos.

Isso não é costumeiro, mas o primeiro parágrafo foi escrito no dia 31 de março, e os próximos no primeiro dia de abril.

Em determinado momento, o agora rei da Inglaterra assiste a um discurso de Hitler - pouco antes dele (o rei) proclamar guerra a Alemanha - e assume que o austríaco era bom de retórica. Esse paralelo é o mais interessante do filme, pois "Herr Hitler" seria apenas um artista frustrado - como o mentor do protagonista - que atingiu um patamar altíssimo graças inclusive - entre outros fatores - o seu dom com a palavra, já o antes herdeiro do real e ainda resignado coroado tinha que conviver com o seu defeito, a gagueira que poderia ser interpretada como sinal de fraqueza pelos que o cercavam, de fato foi encarado assim. O seu "sangue azul" não o poupou desta desgraça e ainda assim por ser rei, tinha que levar o império à frente, este ponto destaca a história do costumeiro e por isso vale ser visto, apesar de que o enfoque poderia ser bem mais forte.

Com este parágrafo acima, eu entrei em total contradição com a primeira impressão que tive do filme. Erro meu, precipitação, e o fantástico do cinema é justamente isso, ser a forma artística em que mais facilmente se distingue a evolução do público em relação à interpretação da mensagem. "O discurso do rei" é único, bem feito e realizado com muito capricho e esmero, e não como negar seus méritos.

PS.: O filme tem sim profundidade, ao contrario do que este ignóbil que vos fala afirmou no começo.

PS2.: Desculpas pedidas por esse erro de julgamento, afirma que ainda considero "Cisne Negro" superior em trama e direção, o que em nada denigre este "Discurso do Rei".

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