quarta-feira, 13 de abril de 2011

DEPOIS DA ESTREIA #9 - CONTRACORRENTE


Título original: (Contracorriente)

Lançamento: 2009 (Colômbia, França, Alemanha, Peru)

Direção: Javier Fuentes-León

Atores: Cristian Mercado, Tatiana Astengo, Manolo Cardona, José Chacaltana.

Duração: 100 min

Gênero: Drama


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Sexta-feira passada estreava - ao menos no Brasil o filme “Contracorrente”. Ao ler a sinopse interessei-me, mas não refleti muito sobre ele, apenas o queria ver. Quando me sentei na cadeira de cinema nem lembrava da temática do filme, foi quase uma surpresa. Desta vez prefiro fazer uma abordagem diferente, não darei spoilers, nem contarei nada que não seja óbvio para quem não viu o filme. Os temas que são bem claros que na trama envolvem homossexualismo, conflitos familiares, responsabilidade com os herdeiros, entretanto todos esses percalços são coadjuvantes para a mentira – este sim o carro chefe do filme. Um dos protagonistas demonstra-se preconceituoso e culpado por se envolver em um relacionamento não convencional, e descobre apesar de todos os “poréns” de sua vida algo que sempre condenava ser – isso é um tapa na cara, tanto na de Miguel, personagem principal, quanto na do espectador, o homem comum. Poderia ser um filme de amor, de liberdade sexual, de redenção, mas o seu final, o começo e o meio valorizam o autoconhecimento e a não falsidade consigo mesmo. Miguel tem conflitos que qualquer ser humano mortal teria, não é rico ou abastado, é religioso, tem uma família recém-construída e com um novo membro vindo, e ainda sim tem que descobrir quais são seus reais desejos e vontades, e nisso o diretor Javier Fuentes-León acertou em cheio. Contracorrente não é um filme de amor qualquer, nem uma apologia a um estilo de vida, e sim uma forma sutil de escancarar o quanto o homem comum mente para si mesmo.

Um comentário:

rodrigo disse...

Nem tanto mente o ser humano mas vive sob pressão cultural absurda que o obriga a tomar atitudes desalinhadas com seus desejos! As várias dimensões do "fantasma" são incríveis. Enquanto vivo o relacionamento tem que ser "fantasma", depois de morto o relacionamento pode ser "vivo". Quando a sociedade descobre o "fantasma" é um choque que desaparece quando a mulher o assume, quando ele resolve assumir o morto a sociedade discrimina. O roteiro é realmente brilhante!!!