quarta-feira, 23 de março de 2011

DEPOIS (bem depois...) DA ESTREIA #4 - CISNE NEGRO




***** ATENÇÃO CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM *****

Antes de ver este “Black Swan”, dei uma rápida olhada na filmografia de Darren Aronofsky. Vi desde “Pi”(1998), até “The Wrestler- O lutador” (2008), e me surpreendi demais com “Requiem for a Dream- Réquiem para um sonho” (2000), achei uma viagem absurda, uma explanação muito direta ao vício, perturbador... Por cair no velho erro de ouvir a opinião de outros antes de experimentar algo em que eu depositava expectativa quase – raspando – fui com o conceito já deturpado do filme, não achava que seria um fracasso, mas sim uma repetição de “Requiem”.... e não foi.
“Black Swan” é simplesmente único, mexe com dualidade, conflito existencial e psicológico, dupla personalidade, e não precisou fazê-lo com violência como em “Fight Club” – até porque tanto em um quanto no outro isso é pano de fundo na história.
Talvez para um nicho – possivelmente composto por puristas, religiosos e/ou sexualmente reprimidos ao extremo o filme seja ofensivo, longe disso em minha visão, a narrativa é bem feita, os personagens são bem delineados, fogem da superficialidade tão em voga nos filmes atuais – o papel de Vincent Cassell (http://www.adorocinema.com/atores/vincent-cassel/) se encaixa perfeitamente, como sedutor/mentor, talvez para o espectador menos atento ele tenha parecido uma espécie de vilão, e até o é, mas mistura-se também com o arquétipo de inspirador. A mãe da protagonista faz muito bem a vez de representação da culpa e do recalque, e até a personagem de Mila Kunis, com a semipersonificação da liberdade que a protagonista quer ter. Natalie Portman, nem merece ser comentada, somente assistida, pois está soberba, encaixa-se perfeitamente no duplo papel, alternando entre uma garotinha sonhadora, e um “furacão” que é o cisne negro.
“Black Swan” é um filme para ser revisto, e não como explicá-lo sem tê-lo visto, e isso em uma obra audiovisual é maior elogio que qualquer estatueta dourada – e de clichês é o máximo que usarei.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Talvez para um nicho – possivelmente composto por puristas, religiosos e/ou sexualmente reprimidos ao extremo o filme seja ofensivo..."

Eu me senti ofendida e agora?

=O