quinta-feira, 17 de março de 2011

DEPOIS DA ESTRÉIA #2 - RESTREPO


Restrepo
Gênero: Documentário
duração: 1 hr 34 min
Ano de lançamento: 2010
Direção: Tim Hetherington, Sebastian Junger

***** ATENÇÃO CONTEM SPOILERS DO COMEÇO AO FIM *****

Um relato de alguns soldados americanos, em 2007 e 2008, no Afeganistão, em meio a uma guerra que a maioria não escolheu e bla bla bla...
È esse o tema central do documentário “Restrepo”, a historia é narrada pelos próprios sobreviventes, parte em “campo”, e parte em entrevista. O nome do filme é o mesmo da “base” onde ficaram os personagens, que por sua vez é chamada assim em homenagem a um dos soldados mortos, durante o decorrer do filme: “Doc Restrepo”. A parte interessante da trama é durante a entrevista com os jovens soldados, a maioria perplexa e traumatizados, tendo seu ponto mais alto na declaração de um dos personagens dizendo que não há um programa de reabilitação de soldados a realidade civil, pois as últimas guerras em que os Eua se “meteram” foi há muito tempo (Segunda Guerra Mundial e Vietnã), curioso é que mesmo após o combate vietnamita, parece não ter tido uma real realocação dos antigos combatentes, sendo a maioria execrada e responsabilizada pelos “massacres” impostos aos asiáticos, quando quem dera as ordens não eram tão criticados quanto os “pobres soldados”. Restrepo não tenta fazer muito julgamento de certo e errado, ou da motivação de tal combate, foca na ponta mais frágil da corda, e nisso acerta em cheio, pois as historia retratadas são capazes de tocar o espectador. No entanto não há nada muito inédito nisso, visto que há um sem número de produtos muito parecidos com este.
Tecnicamente, em fotografia e captação de imagem é impecável, pois as câmeras tremidas, acompanhando o tiroteio e ação pela qual o pelotão passa é muito visceral, mas é pouca, não há muito desses momentos – o que acredito ter sido algo intencional, visto que foi dada maior atenção às tramas emocionais entre os soldados. Curioso é um dos alistados falando que seria filho de hippies, e que cresceu sem contato quase nenhum com linhas de entretenimento ligados à guerra e violência, raramente podendo ver filmes sobre guerras, e sem brinquedos que remetessem ao assunto – conta inclusive que teria uma pistola d’água que foi tirada dele pelos pais por conter no brinquedo a inscrição “pistol”, interessante contraste com sua situação atual. Este mesmo rapaz fala que ao se comunicar com seus parentes omitia os “horrores” dom campo de batalha, como tiroteios e mortes dos amigos.
Num dos barracos de “restrepo”, havia um desenho de um elmo vermelho, com uma inscrição embaixo “Spartans” (espartanos), e uma frase fazendo alusão a Restrepo e a outro soldado morto.
Como entretenimento, “Restrepo” vale a pena ser visto, é pouco propagandista e demonstra bem como a “ganância” da alguns afeta tantos outros que nada tem a ver com isto.

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